Empório Morello

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sábado, 11 de março de 2017

Fones de ouvido que liberam dopamina

A Nova Era Cognitiva



Chamados de Nervana, estes fones foram desenvolvidos por uma startup americana de mesmo nome, sediada na Flórida, com a finalidade de melhorar o humor das pessoas. A ciência por trás desse novo gadget seria a estimulação do nervo vago.

O nervo vago vai do tronco cerebral até o abdômen, atingindo todos os órgãos principais, estando também presente em ambos os lados do corpo. Sabe-se que sua estimulação afeta regiões do cérebro que estão repletas de células que liberam dopamina, que, por sua vez, desempenha um papel fundamental nos centros de recompensa e prazer do cérebro, assim como também na regulação do humor e emoção.

A startup Nervana afirma que seus fones de ouvido geram pequenos sinais elétricos – em sincronia com a música sendo tocada – que viajam através do canal auditivo e estimulam o nervo vago, estimulando a liberação de dopamina. Eles partem do princípio de que se este neurotransmissor é liberado durante atividades prazerosas, tais como  jogos de azar, ingestão de junk food e atividade sexual, a estimulação proposta por esse aparelho pode fazer faria com que as pessoas experimente semelhante sensação.
Segundo os fabricantes, há evidências que suportam esse princípio: a estimulação do nervo vago tem apresentado alguns resultados promissores para o tratamento de depressão (vide fonte abaixo), que está relacionada a um desequilíbrio de certos produtos químicos no cérebro, incluindo a dopamina. Mas  até agora, para atingir tal efeito, foi necessário o implante cirúrgico de um dispositivo ao invés de um estímulo externo. Por mais que os desenvolvedores do Nervana sejam profissionais médicos, eles ainda têm que produzir provas de que o dispositivo realmente provoca um aumento nos níveis de dopamina.

Embora a empresa afirme que não há qualquer risco de hiperestimulação, fica no ar a questão de a dopamina não ser simplesmente um “hormônio da felicidade” e desempenhar uma variedade de funções, tanto relativas ao movimento, cognição e motivação, além da notória associação aos vícios. Como o produto foi lançado sem ser classificado como dispositivo médico, eles não precisaram de aprovação do FDA  – uma espécie de ANVISA norte-americana.

Se ele realmente funciona ou simplesmente age como placebo, os usuários e consumidores do dispositivo é que dirão.
Fonte: Neuroforma