“As mulheres camponesas são as mais prejudicadas com a reforma da Previdência. Mais do que as da cidade, porque têm uma dupla jornada de trabalho. Além de trabalhar na roça, com a produção familiar, também cuida da família, dos filhos. Além de aumentar 10 anos para você conseguir se aposentar”
Foto: Rossani Riffel
Foto: Rossani Riffel
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag) promove, uma mobilização contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 287, que visa uma reforma no sistema previdenciário brasileiro. Conforme o coordenador regional da Fetag, Milton Brasil, o evento acontece simultaneamente em outras cidades Estado onde existem agências do INSS. “Queremos mobilizar não só os trabalhadores rurais, mas também os servidores estaduais da CEEE, CRM, Cpers, policiais civis e todos os contribuintes que vão sofrer com essa PEC”, afirma.
Para Brasil, a aprovação da medida vai “destruir o que foi conquistado desde a constituição de 1988”. “Essa é a pior emenda dos últimos anos. Imagina que, se aprovada, um jovem que começa a contribuir com o INSS aos 20 anos só vai poder pensar em se aposentar com 69 anos”, observa. O cálculo apresentado por Brasil considera, ainda, que o jovem não fique desempregado nenhum mês durante 49 anos. “Queremos que os nossos representantes saibam que estamos de olho e que, caso essa medida passe, vamos saber quem votou a favor da destruição da Previdência. Nossa arma é o nosso voto”, enfatiza.
Plenária em Porto Alegre
Na próxima segunda-feira, na Câmara Municipal de Porto Alegre, acontecerá uma plenária conjunta para barrar a reforma da Previdência. A atividade é organizada pelas frentes parlamentares que defendem a Previdência Social no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e na Assembleia Legislativa. O evento deverá reunir trabalhadores, estudantes, representantes de movimentos sociais e entidades da sociedade civil. Entre os aspectos mais polêmicos da PEC 287 estão a extinção da aposentadoria especial para agricultores e professores, o fim da diferença de cinco anos de idade a menos para mulheres e o aumento da idade mínima e do tempo de contribuição ao INSS.
