Empório Morello

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terça-feira, 2 de maio de 2017

Fraudes em concursos se espalham pelo RS - Parte I



Serviço com baixo risco de demissão, salário garantido e que independe da conjuntura econômica. É o almejado por milhões de candidatos que todos os anos se submetem a concursos públicos. Mas a reportagem do Grupo de Investigações da RBS (GDI) percorreu cidades do Rio Grande do Sul e verificou que tirar a nota mais alta nas provas nem sempre garante sucesso. E em muitos casos o mérito acaba subjugado por fraudes.


TEXTO
Everson Dornelles, Fábio Almeida, Fábio Lehmen, Gabriel Garcia, Humberto Trezzi, Jean Prado e Tiago Guedes.

EDIÇÃO
Carlos Ismael Moreira

EDIÇÃO DE VÍDEOS
Marcelo Carollo
Luan Ott

Um concurso para servidores da prefeitura de Itapuca, no Vale do Caí, também teria sido objeto de fraudes praticadas pelo Instituto Gaúcho de Recursos Humanos Ltda (IGRH) — o mesmo Instituto de Desenvolvimento em Recursos Humanos Ltda (IDRH), que havia mudado de nome temporariamente. A investigação do Ministério Público Estadual (MP) apontou o nome de pelo menos 29 pessoas que estariam envolvidas em fraude de um concurso realizado em 2012. Entre os suspeitos estão o prefeito reeleito do município, Marcos José Scorsatto (DEM), e a mulher dele, Adriane, que também é secretária de Assistência Social.

Adriane disse não saber porque seu nome está envolvido. Um primo do prefeito, Luciano Scorsatto, aprovado para como auxiliar administrativo, se negou a falar a respeito. Ele está denunciado por fraude.

Sem saber que estavam sendo gravados pela reportagem, outros dois parentes do prefeito, Juliane Scorsatto Tomazi e Lusivan Scorsatto, confessaram terem sido aprovados por meio de fraude. Juliane admite ter pago R$ 3 mil para garantir vaga de agente administrativo, o equivalente a dois salários que viria a receber.
Lusivan, motorista da prefeitura, disse que pretende confirmar a fraude ao MP, desde que obtenha perdão judicial:

O que pedimos para o promotor? Pedimos o perdão judicial. Vocês sabem que tava errado. Tchê, mas vamos fazer o que neste fim de mundo aqui, né? Sempre dissemos para o promotor: o dia que o senhor der o perdão judicial para nós, tudo o que nós souber nós falemo (sic).
LUSIVAN




O Grupo de Investigação da RBS (GDI) tentou falar pessoalmente com o prefeito Marcos Scorsatto. Ele não atendeu. A equipe voltou a Itapuca, tentou por telefone e também não conseguiu contato.
No concurso realizado no município de Capão Bonito do Sul, no nordeste do Estado, bastou um e-mail, enviado por uma assessora do prefeito à empresa organizadora da provas, para candidatos saltarem posições de reprovados para o primeiro lugar dos cargos que disputavam.




Troca de notas a pedido de prefeitura de Capão Bonito do Sul em e-mail: