Conheça o celeiro das verduras e das frutas cítricas de Santa Maria
Estância da Figueira produz grande variedade de verduras e colhe laranjas e bergamotas durante 10 meses do ano
Frutas e verduras têm marca? Muita gente pode responder que não, mas desde 2004 os consumidores de Santa Maria e, há pelo menos seis anos, de outras cidades têm se habituado a consumir hortaliças e frutas cítricas com a marca Estância da Figueira.
Localizada no distrito de Pains, é dali que saem em média 3 mil pés de alface por dia, sem contar outras tantas centenas de pés de rúcula, radite, agrião, chicória, espinafre e tempero verde. Embora, do mercado, o consumidor não possa ver onde e como são cultivadas as verduras, é fácil de verificar o cuidado com a apresentação, típico de quem sabe se relacionar com o cliente do supermercado.
Foi trabalhando com supermercados que o proprietário da Estância da Figueira viu a necessidade de investir na produção de frutas e hortaliças. Até 2010, Paulino Stangherlin conciliava o gerenciamento dos supermercados Dois Irmãos (atuais Peruzzo) com a produção agrícola.
esde então, expandiu bastante a área das estufas de hidroponia e os pomares de frutas cítricas, a fim de atender um mercado mais amplo. Mas não foi só a atividade profissional e a fonte de renda que mudou:
– Parece que eu nem trabalho, de tão prazeroso que é estar aqui. Inclusive construímos um lugar para vir e ficar durante o fim de semana. Fiquei um tempo sem ajudar os funcionários na colheita, e apareceram dores nas costas. É o meu exercício – comenta o sorridente Paulino.
Hoje, os produtos identificados com a silhueta de uma figueira, há mais de cem anos no terreno da fazenda, estão em sete municípios: Bagé, São Gabriel, Dom Pedrito, Rosário do Sul, Alegrete e Caçapava do Sul, nas redes Peruzzo e Walmart e em mercados locais.
– O nosso diferencial é que as frutas e verduras são colhidos diariamente e entregues no dia seguinte, transportadas em caminhões refrigerados. Não é como aqueles produtos que ficam uma semana na estrada – explica o gerente comercial Ricardo Hoffmann.
Variedade
Hoje, a Estância da Figueira produz as verduras já citadas, mandioca e uma grande variedade de frutas. No verão, são colhidas uvas e goiabas e, nas outras estações, as cítricas: laranjas de suco, de umbigo e do céu, limão taiti e bergamota. Cada uma delas, em diferentes variedades, a fim de que, de abril a janeiro, haja produção e abastecimento dos mercados.
Em 2016, a produção de laranjas chegou a quase 1,5 mil tonelada. Neste ano, a safra está apenas começando e deve superar a do ano anterior na qualidade dos frutos.
– O cliente só fica sem frutas cítricas durante praticamente dois meses no ano. A gente cultiva três qualidades de laranja, três de bergamota e três de laranjas de umbigo. Desta, tem uma que ficou famosa, a cara-cara, que tem a polpa vermelha como um tomate – comenta Paulino, citando casos em que os consumidores ficaram desconfiados ao abrir a laranja em casa e chegaram até a reclamar no supermercado.
– A verdade é que ela é rica em licopeno, um nutriente que também tem no tomate e faz muito bem à saúde – explica.Já os pêssegos, que chegaram a ser produzidos na propriedade, nos próximos meses darão lugar a laranjeiras.
Cultivo sem defensivos e sem resíduos
Um dos diferenciais da Estância da Figueira é o cultivo das hortaliças por meio da hidroponia. O método assegura uma produção constante, independentemente das condições climáticas. Assim, quando produtores de hortaliças tradicionais têm a produção afetada pelo excesso de chuvas ou de calor, na Estância da Figueira a produção tem que aumentar para suprir a demanda.
– Quando isso acontece, temos que colher antes do dia certo, aí vão pés de alface menores – explica o gerente Ricardo Hoffmann.
Outro cuidado colocado em prática pelos 35 funcionários da empresa é de não usar defensivos químicos nas bancadas de hidroponia. São colocados apenas nutrientes na água, do mesmo tipo dos encontrados naturalmente na terra e em adubos.
Já os insetos são controlados de forma natural, com o uso de espelhos, que repelem borboletas, e de armadilhas, que atraem moscas e mosquitos. Para garantir as melhores condições de cultivo, as estufas têm a temperatura constantemente controlada, com refrigeração, no verão, ou com aquecedor, no inverno.
Já no transporte e na entrega, cuidados com a higiene e a conservação são levados a sério. A cada uso, as caixas são lavadas com água quente e detergente biodegradável. E os caminhões da própria empresa são todos refrigerados. Se a carga embarcada precisar esperar algumas horas pela viagem, o veículo é ligado para acionar a refrigeração.
Fonte:diariodesantamaria
