Empório Morello

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domingo, 4 de junho de 2017

Descaso com o ensino

Olavo Bilac aguarda reforma de empresa contratada em 2013

Em 116 anos, escola foi reformada há mais de 70. Empreiteira responsável nunca começou a obra.

Com mais de 100 anos de história, o Instituto Estadual de Educação Olavo Bilac passou por uma única reforma, em 1938. Atualmente, a gestão tenta fazer a manutenção da escola, conforme possível, mas as verbas repassadas pelo Estado não são suficientes, segundo a diretora da instituição, Meri Musa Nogueira. Além disso, ela comenta que os trâmites burocráticos exigidos para a contratação de empresas que prestem os serviços de reparação são muito exigentes, fazendo com que desistam do processo de tomada de preços.
Fundado em 1901, de acordo com o arquivo histórico do governo estadual, disponível online, o Olavo Bilac foi o primeiro Instituto de Educação criado no interior do Estado. Em 2006, foi tombado como Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria. Atualmente, ocupa boa parte de uma quadra da Rua Conde de Porto Alegre, da esquina da Rua Olavo Bilac até a esquina da Rua Coronel Niederauer, e atende cerca de 1,8 mil alunos
Meri Musa conta que o prédio principal é o mesmo desde a fundação do colégio. Além de problemas no piso e na fiação elétrica, a diretora conta que algumas janelas estavam sem fechaduras e, para que não batessem com o vento, elas foram pregadas e não abrem mais.
– Temos inúmeros vidros quebrados. Mas como abrir processo de tomada de preço é uma burocracia enorme, fica difícil de fazermos as trocas. Preciso que três empresas participem da tomada de preços para ser válido o processo de escolha. É complicado – diz Meri Musa.
Além disso, como a verba que o Estado passa mensalmente para o colégio não é suficiente para cobrir as despesas, a diretora conta com doações de materiais da comunidade escolar. Há cerca de duas semanas, o instituto organizou uma gincana solidária para arrecadar materiais de limpeza e de higiene pessoal para a escola.

A diretora conta que estes produtos no fim serão usados para atender os próprios alunos e funcionários. Meri Musa ainda agradece muito toda a ajuda que recebe de pais, responsáveis, servidores e dos estudantes, para que consigam manter o colégio limpo e organizado.
Os demais complexos foram construídos de acordo com a expansão da instituição de ensino. Contudo, mesmo os prédios ¿mais novos¿ precisam de reparos. A vice-diretora, Iria Maria Balzan, conta que a instituição conseguiu pleitar, em 2012, uma reforma pelo Plano de Necessidades de Obras (PNO), que prevê a realização de obras completas nas instituições públicas de ensino por meio do Estado.
A aprovação de R$ 312.880,38 para realizar a recuperação do projeto arquitetônico e complementar (hidráulico, elétrico, drenagem, pavimentação) do Instituto foi publicado no site da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) no dia 26 de setembro de 2013. A notícia também informava que uma determinada empresa estava contratada, por meio de licitação, para realizar o trabalho. Entretanto, até o momento, o serviço ainda não foi iniciado.
Além do prédio, árvores também são velhas
Não é apenas os prédios do Instituto Olavo Bilac que são tombados como Patrimônio Histórico e Cultural de Santa Maria, algumas árvores no pátio da instituição de ensino também são protegidas por lei, pois foram plantadas na época da fundação da escola. Porém, algumas dessas plantas levam problemas à diretoria.
Como são bastante velhas, apresentam riscos à segurança de alunos e servidores. Desde o dia 8 de maio, o pátio da Educação Infantil está interditado, pois um grande galho de uma dessas árvores quebrou. O fato aconteceu no horário do recreio da tarde, mas as crianças faziam o intervalo dentro das salas de aula porque estava chovendo.

Desde a data, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o Corpo de Bombeiros e um grupo de alunos da Engenharia Florestal da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) trabalham em um levantamento da cobertura vegetal da escola. O estudo vai apontar quais árvores deverão ser podadas, quais serão suprimidas e quais espécies serão plantadas no lugar.
Intervenção judicial
Uma audiência pública, entre a escola com a Promotoria Regional de Educação estava marcada para a última quinta-feira, contudo a data foi remarcada para a próxima terça-feira. O encontro será para debater a falta de segurança no pátio por conta das árvores e como pagar a poda. 
Segundo a diretora, o serviço deve ser quitado com autonomia da escola, mas questiona como, se o recurso não é suficiente nem para as despesas previstas
Fonte: http://diariodesantamaria.clicrbs.com.br