Empório Morello

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sábado, 15 de abril de 2017

Diretor santa-mariense lança filme produzido com menos de R$ 2 mil

Diretor santa-mariense lança filme produzido com menos de R$ 2 mil divulgação/divulgação


Uma história de transformação, que mostra as diferentes formas de encarar a vida diante dos problemas, a cobiça alheia e um grande mistério acerca de um tesouro escondido. Assim pode-se resumir a história do curta-metragem O Tesouro, nova produção dirigida por Luiz Carlos Grassi, que atuou como professor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), e é uma das principais referências na produção de audiovisual local.
Esta é, possivelmente, a 14ª produção encabeçada pelo diretor que já perdeu as contas, mas não o entusiasmo em fazer cinema.O curta tem roteiro e argumento de Beto Oliveira, que divide os créditos do primeiro com Álvaro de Carvalho Neto, e do segundo, com Sério Assis Brasil (1947-2007). A ideia de produzir e dirigir a história surgiu há cerca de dois anos, durante as reuniões da criação da Film Commission em Santa Maria. Beto comentou com Grassi sobre um roteiro que estava pronto e que seria rodado por Sérgio, o que não aconteceu em função de sua morte em 2007. Grassi se interessou pela história, pediu para olhar e gostou do que viu. Aí, não demorou até a produção ganhar forma.

Depois de decidir realizar o curta, o professor formou a equipe de produção e, conforme conheceu a história dos personagens, pensou de imediato em alguns nomes para o elenco: Cândice Lorenzoni, Paulo Saldanha e Vera Maders. A produção foi filmada de abril a maio de 2016, e envolveu cerca de 30 voluntários que amam a Sétima Arte.
– Geralmente, quem faz cinema amador conta com a parceria de pessoas apaixonadas pelo cinema. Assim, a produção praticamente não teve custos. Claro, o grupo que se dispôs a trabalhar de graça para produzir é de velhos conhecidos. Atores, produtores, cinegrafistas. Pessoas que produzem audiovisual e que já possuem equipamento. Todos abraçaram a ideia com boa vontade e sem cobrar nada – conta Grassi.

A pós-produção começou a ser feita em julho de 2016 e está sendo finalizada este mês. Isso envolveu o tratamento de som, produção de áudio, composição da trilha sonora inédita por Heitor Amaral Gonçalves, aluno de música da UFSM, entre outros detalhes técnicos.Tudo foi produzido com menos de R$ 2 mil reais. Parte do valor foi patrocinado pela Associação dos Professores Universitários de Santa Maria (Apusm) e o Supermercado Beltrame colaborou com um crédito de R$ 500 em produtos.
As doações foram fundamentais para custear a alimentação e o transporte da equipe durante as filmagens, e para a produção de 40 cópias do DVD do curta e para compra do material gráfico que será utilizado no lançamento, que acontecerá de forma dupla. A primeira exibição será dia 19 de abril, às 19h, na Apusm (como parte da programação do 4º Fórun Arte, Cinema e Audiovisual). A segunda em 24 de abril, 19h50min, no auditório da Cesma.


A trama se passa em um tempo indeterminado, em uma área rural, no interior do Rio Grande do Sul. A ideia do roteiro foi inspirada em lendas de tesouro que circulam pelo interior. Conforme Grassi, essas histórias, geralmente, remetem ao passado, e sugerem que jesuítas esconderam riquezas em locais específicos.
No curta, de 22 minutos, a história gira em torno de um rico fazendeiro e de sua filha, uma pianista. Desde criança, ela aperfeiçoou suas habilidades artísticas ao piano. A casa da família era sempre cheira de música, fato que trazia prazer e satisfação ao fazendeiro. Vizinhos, amigos e familiares se reuniam em torno do instrumento para apreciar os saraus. Certo dia, o fazendeiro perde a audição e o prazer pela vida. Ele passa a encarar o fato de a filha tocar piano como uma afronta e proíbe música em sua casa. 
Deprimido, o fazendeiro adoece e recorre à bebida. A filha, com medo que o pai jogue tudo fora, resolve esconder um tesouro na propriedade. A comunidade local fica sabendo do ocorrido e uma lenda acerca das riquezas escondidas desperta a cobiça de pessoas próximas. A partir daí, a história de mistério se desenrola.
Grassi, que trabalha com produção de filmes desde a década de 1970, afirma que quando produzia com Super8 tudo era muito diferente. Segundo ele, atualmente, é muito mais fácil e rápido produzir cinema.– São muitas as possibilidades e os recursos utilizando o computador e seus programas. É mais instantâneo – ressalta.
Grassi recorda que, antes, para fazer um simples efeito de fusão de cenas, ou para inserir créditos à imagem, uma cópia tinha de ser enviada para um laboratório em Curitiba (PR). Hoje, a produção é toda feita aqui e com qualidade com agilidade.
Fonte: diariodesantamaria